quinta-feira, 17 de setembro de 2009

MORTE SÚBITA


Morte de natureza súbita não traumática e que aconteça inesperada e instantaneamente ou no intervalo de 1H após queixas.
Morte não testemunhada: 1) Provas que o falecido se encontrava em bom estado de saúde nas 24H antes do reconhecimento do óbito; 2) Ausência de outra causa letalmente provada.
Causas: Cardíacas; respiratórias; neurológicas; digestivas; metabólicas; tóxicas; causa desconhecida. As mortes súbitas na actividade física podem estar associadas ao SNA cardíaco.
Lactentes: SIDS; Malformação de Ebstein (má formação cardíaca – parede do ventrículo mto fina).
Jovens: Cardiomiopatia hipertrofica (espessamento da parede do ventrículo); Displasia arritmogénica do VD (placas de gordura que impedem a condução eléctrica); Miocardite; Prolapso da válvula mitral; Síndrome de Marfan (alterações da parede da aorta com possibilidade de ruptura); Síndrome de Ehlers-Danlos (alterações genéticas relacionadas com o colagénio e fibras elásticas); Mal asmático (pneumonia eosinofilica); Edema da laringe; Corpo estranho; Hipertrofia das amígdalas.
Adultos: Aterosclerose coronária com trombose oclusiva (acumulação de líquidos/aumento de musculo liso e colagénio); EAM; Cardiomiopatia dilatada (adelgaçamento das fibras cardíacas); Aspiração conteúdo alimentar; Aspiração conteúdo hemático; Pancreatite necro-hemorragica

Grau de Estenose –
- Grau 1 – 25%
- Grau 2 – 25% a 50%
- Grau 3 - > 50% e < 75%
- Grau 4 - > 75%
Ateroma Tipo 1 – Células espumosas
Tipo 2 – Células espumosas agrupadas
Tipo 3 – Células espumosas agrupadas com extravasamento de líquidos
Tipo 4 – Células espumosas que formam placa
Tipo 5 – Ateroma
Tipo 6 – Placas de ateroma em forma de sanduíche, com destruição da média, provocando ruptura para o exterior

FENOMENOS DE CONSERVAÇÃO NATURAL E ARTIFICIAL












Resultam da modificação dos processos putrefactivos por influência do meio ambiente e dos factores constitucionais.

1) Saponificação
Consiste na transformação da gordura dos tecidos em ADIPOCERA - substância amarela, semelhante a cera, de cheiro desagradável. Os lipidos são transformados em sabão e o corpo transforma-se numa massa pastosa sem formas. Exige humidade

2) Mumificação
Consiste na desidratação quase total dos tecidos e vísceras. Só é possível em ambientes quentes, secos arejados. O cadáver fica com um aspecto enrugado, seco, e acastanhado, a pele fica com consistência de couro e há diminuição do volume corporal.

3) Embalsamamento
Processo de conservação em que é injectado no cadáver líquido que impede a sua putrefacção.

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL ENTRE FERIDAS VITAIS E PÓS MORTEM

Feridas Pós Mortem:

- Acidentais: Feridas agónicas (feridas produzidas durante a manipulação do cadáver; feridas produzidas por acções mecânicas; feridas produzidas por animais)
- Intencionais – Ferida de origem médica; feridas de origem criminosa

Peritagem:

Estudo macroscópico – Sinais especiais: processo trombótico ou embólico; aspiração (sangue, conteúdo gástrico, corpos estranhos).
- Sinais gerais: Feridas vitais (lábios das feridas engrossados; bordos retraídos)
- Pós Mortem: ausência de sangue coagulado; lábios feridos brancos
- Hemorragia: é possível a ocorrência de hemorragia em ferimentos produzidos após a morte, até com um volume considerável; podem ocorrer hemorragias espontâneas pós mortem por factores autoliticos.
- Coagulação do sangue: a coagulação pode manter-se até 6 horas após a morte.

Estudo Microscópio – Diagnostico histológico por reacções celulares à resposta inflamatória. O elemento melhor para a distinção é a microscopia electrónica, no entanto a microscopia é sensível aos fenómenos autoliticos e putrefactivos
Estudo Histoquimico – Estudo das enzimas que intervêm no processo inflamatório

Factores que influenciam resposta inflamatória:

- Factores Locais
- Factores Sistémicos (idade, sexo)
- Factores exógenos (drogas)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

INVESTIGAÇÃO FORENSE EM SITUAÇÕES SUSPEITAS DE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Vivos – indivíduos sob custodia judicial, familiares de suspeitos ou de reclusos (exame médico-legal)

Cadáveres – Indivíduos sob custodia judicial; vitimas de crimes de guerra ou de genocídio, desaparecidos (autopsia médico-legal)

Exame do Cadáver Fresco:

Dificuldades da investigação forense:
- Grande variedade das lesões
- Finalidade de provocar dou ou sofrimento
- Aplicação descontinua para quebrar a resistência
- Pode não apresentar carácter traumático (tratamento degradante, abuso psíquico)

Exame do Cadáver Fresco:

1. Exame do local do aparecimento do cadáver – Importante para a determinação da etiologia. Deve ser feito pelo patologista forense e com registo fotográfico; o perito não se deve deixar influenciar por informações de outras entidades.
2. Autopsia médico-legal – Objectivos: identificação do cadáver; causa de morte; circunstancias da morte; etiologia; momento da morte. Exame hábito externo (observação directa; descrição das lesões)
3. Exames complementares
4. Relatório da autopsia médico-legal

Lesões passíveis de corresponder a tortura ou abuso físico:

- Repetição da lesão
- Gravidade da Lesão
- Lesões de espancamento: morte devido a complicações; desenho do instrumento na pele; repetição das lesões; localização e direcção das lesões
- Lesões por queimaduras: agentes físicos e químicos. As queimaduras não mortais apresentam carácter de dano estético
- Lesões arma branca: lesões não mortais (cicatrizes e incapacitação)
- Lesões asfixia mecânica: morte por suspensão ou posições forçadas; morte por sufocação (mordaças); morte por submersão; morte devido a complicações
- Lesões por acção da electricidade
- Lesões por abuso sexual
- Morte por inanição (dificuldade de avaliação)

Causa e o Mecanismo de Morte:

- Morte súbita de causa natural
- Complicações de lesões traumáticas
- Efeitos de drogas ou álcool
- Suicídio
- Dificuldade no diagnostico diferencial