quinta-feira, 22 de outubro de 2015
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
MAUS TRATOS CRIANÇA
História que pode levar a suspeita de
abuso:
Divergências de discurso entre a
criança e o agressor
Uma lesão significante sem uma
história clara de trauma
Uma explicação inconsistente com a
gravidade ou tipo de lesão
Uma história que sofre várias versões
Atraso na procura de assistência
médica para tratamento das lesões
Perguntas a fazer:
O que torna esta lesão suspeita?
A explicação da lesão é plausível?
A explicação dos achados físicos, são
condizentes com o desenvolvimento da criança?
Que outros fatores psicológicos podem
colocar a criança em risco aumentado para o abuso?
Equimoses
Variam na forma, coloração, padrão e
localização
Ocorrem em geral em áreas com
proeminência óssea
Os mecanismos mais comuns para
equimoses acidentais são as quedas ou as colisões contra objetos fixos
Equimoses por abuso podem ocorrer por
murro, bofetada, agressão com objeto
As cordas produzem uma forma em U
Equimoses que sugerem abuso:
Equimoses que ocorrem em forma
geométrica
Equimoses com a forma de mão ou dedos
Equimoses circunferenciais ou
abrasões na extremidade do pescoço
Equimoses ou lesões intra orais em
crianças
Equimoses no abdómen, tórax, nádegas
ou genitais
Número excessivo em múltiplas zonas
do corpo, inconsistentes com uma simples queda
Equimoses múltiplas com diferentes
idades.
Queimaduras
Queimaduras sugestivas de abuso:
Queimaduras redondas
Queimaduras em formas geométricas
Escaldões nas costas
Queimaduras nas nádegas ou área
genital
Queimaduras nas costas das mãos
Queimaduras de contato envolvendo
ambas as mãos
Queimaduras de cigarros
Queimaduras em múltiplos locais
Queimaduras em áreas tipicamente
protegidas pela roupa
Dados internacionais (Lowell 2008)
Queimaduras intencionais ocorrem
entre os 12 meses e os 5 anos
Mais meninos que meninas
Crianças mais pequenas apresentam
maior mortalidade
Lesões padrão mais frequentes no
dorso dos pés e mãos e ocasionalmente na face e pescoço
Patologia que podem levar a suspeita:
Mancha mongólica – pigmentação de
pele escura congénita (equimoses)
Impetigo contagioso – doença
infeciosa da pele pode originar pústulas e bolhas (queimaduras de cigarros)
Osteogénese – doença congénita dos
ossos que leva a fraturas
Mecanismo de produção de queimaduras:
Ação de líquido aquecido
Ação de objeto aquecido
Ação de chama
Ação de energia elétrica
Queimaduras provocadas pela ação de
líquido aquecido são mais frequentes em crianças com idade inferior a 5 anos.
Líquidos espessos como gorduras,
óleos ou xaropes, mantém o calor por longos períodos, e podem atingir temperaturas
superiores a 100º.
Objetos aquecidos poderão ser
metálicos como os ferros de engomar, secadores de cabelo e grelhas de forno.
Habitualmente o agente utilizado nos
casos de imersão abusiva é a água, enquanto nos casos acidentais poderão ser
outros líquidos como café, chá, sopa e outros produtos alimentares.
ABUSO MORTAL
As lesões traumáticas mortais mais
frequentes em caso de abuso resultam de: 64% TCE e 23% de Trauma
toraco-abdominal.
Traumatismo contundente é o mais
implicado nestas mortes. No contexto de abuso físico repetido e extenso poderá
ser difícil determinar uma única causa de morte e um único mecanismo de morte.
Quase 50% das mortes pediátricas
relacionadas com traumatismo abusou ou acidental ocorre dentro de minutos após
o trauma. 20% das mortes ocorrem dentro de horas devido a insuficiência
respiratória e insuficiência circulatória. Restantes mortes ocorrem como
complicações do evento traumático inicial.
Nas crianças vítimas de abuso o TCE
constitui a principal causa de morte. Os traumatismos contundentes originam
fraturas das costelas (1º sinal de abuso). Sufocação constitui o tipo de
asfixia mais comum no quadro abusivo.
LEGIONELLA
Objetivos da investigação
epidemiológica quando se conduz uma investigação epidemiológica em questões de
incidentes bioterrorismo, saúde publica:
Proteção do público – campanhas de
vacinação, programas de prevenção, vigilância de doenças, educação para a saúde
Parar a subida da doença
Proteger saúde pública e pessoal
sanitário
Métodos de investigação epidemiológica:
Deteção de eventos incomuns –
primeira indicação: evento incomum com pacientes que apresentam sintomas
similares
Confirmar o diagnóstico
Executar analise laboratório e
amostras
Identificar e caraterizar casos
adicionais
Determinar a fonte de exposição –
recolha de dados através de entrevistas, criara gráfico com probabilidade de
distribuição
Desenvolver e implementar
intervenções
Investigação criminal:
Recolha de vestígios – amostras de
líquidos, roupa das vítimas, espécimes clínicos (sangue e outros fluidos),
documentos, fotos, depoimentos.
Analise de vestígios
Objetivos da entrevista:
Identificar o agente que causou a
doença
Identificar a fonte
Determinar o modelo de transmissão
Determinar onde e quando a exposição
aconteceu
Identificar quem pode ter estado
exposto
Morte Violenta – resulta da
ação de agentes externos (mecânicos, físicos, químicos ou tóxicos). Se ocorrer
fora de instituições de saúde (também se aplica a mortes de causa desconhecida)
a morte é verificada pelo médico delegado (indica sinais de morte e verifica
sinais de morte por agente externo). A autoridade policial também é chamada ao
local para o inspecionar e verificar se há suspeita de crime. É comunicado o
facto à autoridade judicial (Magistrado), que, se verificar que não há
implicações legais subjacentes à morte poderá dispensar a autópsia (como em
etiologia suicida, acidentes sem implicações relacionadas com a
responsabilidade civil, etc.). O médico delegado certifica então o óbito.
Autópsia Médico-Legal – tem lugar
em situações de morte violenta ou de causa ignorada, salvo se as informações
clínicas e demais elementos permitirem concluir com suficiente segurança pela
inexistência de suspeita de crime, admitindo-se, neste caso, a dispensa de
autópsia (artigo 54º). Tem como objectivo determinar a etiologia da morte
(natural, acidental, suicida ou homicida) para efeitos de aplicação do direito.
Tem como outros objectivos:
·
tipificar o nexo de causalidade entre as lesões
traumáticas e a morte
·
esclarecer quanto às circunstâncias que precederam a
morte
·
identificar
o cadáver
·
determinar a hora e data aproximadas do óbito
A autópsia
consta de: informação, exame do local, observação (hábito externo, hábito
interno), e exames complementares laboratoriais (toxicologia, anatomia
patológica, etc.) se necessário. De acordo com os resultados das autópsias
legais determinou-se a seguinte distribuição de etiologia médico-legal para as
mortes: acidental (43%), natural (40%), suicida (13%), homicida (2%) e
indeterminada (2%).
Nexo de Causalidade é verificado
se uma dada conduta ou acção em circunstâncias normais e num homem médio é apta
a provocar o mesmo resultado. Os diferentes critérios (certo/hipotético;
directo/indirecto; total/parcial) tipificam o nexo. O Nexo pode ser necessário, ocasional – o mais importante na relação de lesões traumáticas com
a morte - ou adequado.
Causa necessária de morte – lesão que
determina de uma forma invariável e constante a morte. Não depende de
características da vítima. O nexo de causalidade é certo, directo
e total.
Causa ocasional de Morte – lesão que só por
si não determina a morte, resultando esta de características particulares da
vítima. O nexo de causalidade é parcial.
Causa adequada de morte – conceito novo,
refere-se a lesões que não sendo necessariamente fatais, podem vir a produzir a
morte sem que os factores ou causas sejam ocasionais. O nexo de causalidade é certo
e total. É directo quando a morte é consequência do desenvolvimento de
outros mecanismos que conduzem a outras causas próximas, mas que derivam
necessariamente das lesões traumáticas. Por exemplo hemorragias intra-cranianas
pós-traumáticas). O nexo de causalidade é indirecto quando a morte resulta de
mecanismos de descompensação cardio-vascular, renal ou respiratória. Como
quando a vítima fica imobilizada no leito e morre por complicações
trombo-embólicas ou infecciosas.
As
características específicas (concausas)
da vítima podem determinar se a acção de determinado agente externo causa a sua
morte ou não. As concausas podem ser pré-existentes: anatómicas – pouca espessura da calote
craniana pode trazer consequências mais graves após um traumatismo; fisiológicas – uma acção contundente
sobre o abdómen de uma grávida tem efeitos mais graves do que numa não grávida;
patológicos – hemofilia leva a
hemorragias muito mais graves.
Podem ser concomitantes
– como a conspurcação do material usado para uma agressão. Podem também ser supervenientes
– complicações em indivíduos cujo organismo as favorece, como fenómenos
tromboembólicos ou infecciosos. O nexo ocasional é importante para o Direito
Penal, porque as características especiais de uma vítima (concausas) de uma
agressão podem ser consideradas atendíveis ou não pelo Magistrado. Atendível se o acusado desconhece as
características particulares da vítima (ex. craniectomizada), não atendível se o agressor tem
conhecimento prévio da concausa (ex. agressão a mulher grávida de 8 meses).
Estes dados permitem tipificar o crime e decidir a Medida da Pena (maior nas
concausas não atendíveis).
MORTE DE CAUSA NATURAL - todo o processo
patológico (doença, síndroma, ou estado mórbido) que evolua para a morte, mesmo
existindo um tratamento adequado para o mesmo e não estando relacionada com a
intervenção de agentes externos. Se
tiver lugar no hospital ou no domicílio e for conhecida a causa é feita a certificação do óbito pelo médico
assistente ou pelo médico com maior quantidade de informações sobre o sucedido.
Se for de causa desconhecida requer
intervenção policial e só pode ser dispensada a autópsia pelo Ministério
Público, após excluída morte violenta. Cabe ao médico assistente verificar o
óbito, mas não o pode certificar. Tem que comunicar o ocorrido às autoridades
judiciais competentes, preenchendo o boletim de informação clínica e
acrescentando qualquer informação relevante à determinação da causa de morte.
Se a autópsia for dispensada a morte é então certificada pelo médico que
verificou o óbito. Em caso de morte súbita, o médico assistente verifica o óbito mas é necessária
intervenção policial e a autópsia é ordenada pelo Ministério Público.
COLISÃO AUTOMOVEL
· Observar a cinemática do trauma
Observar a deformação do carro, pode dar indicação das
possíveis lesões
Importante investigar qual a posição que ocupavam as
vitimas
Os ferimentos provocados pelos vidros podem indicar a
posição das vítimas
As contusões provocadas pelo cinto de segurança podem
indicar a posição da vítima
Na ausência de lesões cortantes, observar os
fragmentos de vidro que podem estar na roupa das vítimas.
Comparando os fragmentos de vidro com os danos
presentes na vítima, poderemos ter uma indicação da posição da vítima.
Os vidros laterais da viatura são compostos por vidro
temperado, que parte em peças angulares e que provocam feridas cortantes no
lado em que se encontra a vítima e o vidro
Preservar plásticos, ervas, terra e roupa
A roupa pode conter fragmentos importantes e também
salpicos de sangue que podem determinar a direção da força e da lesão.
Importante preservar os sapatos da vitima, as marcas
dos rastos podem ajudar na reconstituição da posição da vitima.
Os sapatos podem também determinar a etiologia
médico-legal da morte
A impressão da sola do sapato na tentativa de travagem
(validar o condutor do carro)
Sinais ou ausência de travagem
Sinal de travagem permite estimar a velocidade do
carro
Recolha e procedimentos:
Descrição dos veículos, danos e gravidade dos mesmos
Medidas de desencarceramento
Marcas de embate no interior (tablier, vidros)
Informação do airbag (estado, danos)
Condições do habitáculo interno do carro
Se foram cortados os cintos
Descrever cinemática do trauma
Fotografar: enquadramento do local, posição dos
veículos, posição dos corpos
Recolher a roupa
Recolher os vidros que estejam no corpo ou na roupa
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