Neurobiologia do trauma -
A base da Neurobiologia do trauma é a Neurobiologia do medo. Nos casos em que existe um evento traumático a memória fica muito fragmentada, a pessoa apenas recorda o local, os sons, os cheiros, que são recordados de forma intensa, que normalmente chamamos de flashbacks e pesadelos.
Um caso real: durante uma entrevista com uma mulher vítima de agressão, observei que a mulher agarrava os seus pulsos diversas vezes. Eu parei a entrevista e perguntei porque que motivo ela agarrava os pulsos? Ela respondeu que não sabia, e que nem tinha dado conta do que estava a fazer. Mas que há 1 semana que fazia isto, e que outras pessoas já lhe tinham perguntado o mesmo. Ela referiu que parecia que tinha uma sensação que estava a ser agarrada nos pulsos, mas ninguém estava a fazê-lo. Ao explorar esta situação com perguntas dirigidas, consegui perceber que se tratava de uma memória fragmentada, que indicava que o agressor tinha agarrado esta mulher e que tinha ficado gravado a sensação do toque.
Numa situação traumática o lobo frontal fica afetado na produção da memória, existindo problemas no contexto e na sequência dos eventos, fica sim, marcado na memória as questões sensoriais (toque, cheiro, visão, audição) e as perguntas devem incidir sobre a área sensorial. Deve-se evitar perguntas como: diga-me tudo como aconteceu desde o início.
Fazer sim perguntas sensoriais, tais como: diga-me o que se recorda sobre o que cheirou? Existe alguma parte do corpo que tenha alguma sensação?